quinta-feira, julho 07, 2011

Piratas do Caribe 4 - Navegando em Águas Misteriosas



Jack Sparrow engana a guarda de Londres para tentar fugir da cidade e evitar ser pego, ao mesmo tempo que procura descobrir quem está se passando por ele e recrutando pessoal para sair em busca da Fonte da Juventude. É assim que o mais recente filme da franquia de Piratas do Caribe inicia, indicando logo no começo que nesse longa o destaque será o famoso capitão.

Ao lado de Angelica (Penelope Cruz), mulher com que já teve um caso no passado e que acaba se encontrando outra vez, Sparrow, sem o seu Pérola Negra (perdido no terceiro filme), acaba indo parar no navio de Barba Negra (Ian McShane), que assim como os dois primeiros, está na caça da Fonte da Juventude; cada um com um objetivo distinto. No elenco temos também Geoffrey Rush, que volta a interpretar Barbossa, e uma pequena aparição do pai de Sparrow, Capitão Teague (Keith Richards).

Baseado no livro On Stranger Tides, de Tim Powers, e dirigido por Rob Marshall, a trama não tem nada de original. É um típico filme que se aproveita da popularidade do personagem Jack Sparrow e não pretende mais do que isso: usá-lo em uma aventura no mar. É até meio óbvio que a intenção é ganhar uma grana em cima disso e isso já está bem claro desde os primeiros teasers. Ou seja, se você não curtiu os primeiros filmes (desconsidero a maluquice que é o terceiro), não suporta o personagem de Johnny Depp, passe longe desse. Até porque mais do que um filme Sessão da Tarde, que mostra as aventuras de piratas atrás da Fonte da Juventude, você não irá encontrar. Com a atual fábrica hollywoodiana, é pedir demais que em cima da marca como Piratas do Caribe não se queira ganhar um dinheiro. Então, se não ligar para isso, vá com a mente aberta e curta o filme.

E não espere grandes explicações, já que o que temos aqui é piratas lutando contra piratas zumbis, sereias no meio da busca pela Fonte. Angelica e Sparrow tiveram um caso, ponto. Quando, por que, não interessa. Mesma coisa sobre Barba Negra. Por que usar logo o barco dele, o que ele fazia ali? Não importa, era conveniente, não tinham embarcação, então pronto. A história é simples e assim tem que ser, e não vai ser em um blockbuster que encontrará reflexões psicológicas. E para mim o resultado foi melhor que a salada louca do terceiro.

Mas uma coisa não consegui engolir: o casal Serena (Astrid Berges-Frisbey) e Padre Philip (Sam Clafin). Espero que os esqueçam em uma próxima continuação, que ficou em aberto por conta da cena extra depois dos créditos.

Como vi em 2D, não posso opinar sobre o 3D, mas ao saber que o filme foi editado depois de filmado para esse formato, passei longe.

segunda-feira, março 28, 2011

Sucker Punch - Mundo Surreal



Após a morte de sua mãe, Baby Doll (Emily Browning) é mandada para o manicômio por seu padrasto. No meio das alucinações que vivencia ali, ela tenta escapar juntamente com Sweet Pea (Abbie Cornish), Rocket (Jena Malone), Blondie (Vanessa Hudgens) e Amber (Jamie Chung).

E é nesses delírios que boa parte da narrativa de Sucker Punch se foca. Durante um pouco mais de 1 hora e meia de filme, vamos ver as belas garotas em poucos trajes, típicos da fantasia masculina, como roupas de colegial e lingerie, enfrentando cinco missões para conseguir a tão sonhada liberdade. Além do mundo ilusório que vivem, cada objetivo se reflete em uma batalha na mente de Baby Doll, que enfrenta samurais num Japão estilizado, além de lutar junto com as meninas contra nazistas zumbis, dragões, orcs, entre outros, como se cada um fosse uma fase de jogo.

Cheio de referências da cultura nerd, o filme traz diversas cenas típicas de mangás, animes, video games, RPG e ficção científica em que as belas lutam, atiram, resultando em um "girl power" bem apelativo.

E se você assistiu filmes anteriores de Zach Synder, diretor da película, de 300 e Watchmen, vai encontrar uma atmosfera sombria, além de alguns efeitos de lutas, já conhecidos de seu trabalho, e também encontrados aos montes em filmes pós-Matrix, como a famosa câmera lenta nos golpes e nas fugas de balas.

As cenas são praticamente um espetáculo a parte, mas houve tanto destaque para ilustrar os mundos imaginários, que a história ficou perdida. Esta praticamente se arrasta e já na metade do filme cada missão representada na mente de Baby Doll começa a se tornar enfadonha. E o drama da protagonista piegas mais a lição de moral no final de Sucker Punch ajuda a deixa-lo ainda mais fraco. Infelizmente, nem as belas garotas o salvam.

Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles




Diversos meteoros se aproximam da Terra, e, ao cair, se descobre que se trata de uma invasão alien que começa a atacar diversos pontos do planeta, como Brasil, Japão, China e Inglaterra. A impressão que tive através dos trailers e dessa sinopse era de que o filme seria focado no que seria a invasão, no aspecto "ficção científica". Quem são esses seres e por que escolheram o nosso planeta?

Ao ver o filme, descobri que a ideia era outra. Logo no inicio somos apresentados a um grupo de combatentes, a maioria ainda sem nenhuma experiência, e com aquelas características clichês básicas, como o cara que está prestes a casar, o recruta virgem, etc e tal. Poucos chamaram minha atenção, e logo em poucos minutos já não conseguia identificar quase nenhum. O destaque ficou para o sargento Nantz (Aaron Eckhart) que está para se aposentar, mas que, com a invasão alienígena, é chamado novamente para a atuação. Daí em diante, o foco é nesse grupo que tenta resgatar civis antes da cidade ser bombardeada, em uma tentativa de acabar com os ETs.

Filmes de ação não estão entre os meus favoritos, mas tenho que admitir que essa película é bem feita e vai agradar aos amantes de explosões, de batalhas e combates somados a grandes efeitos especiais. Dos alienígenas, pouco se fala, somente através de pequenos trechos de reportagens televisivas que acabam aparecendo enquanto acontece a operação de resgate e no que se descobre por meio dos encontros com eles durante a tentativa de sobrevivência diante dos ataques. Ou seja, se você procura história, ficção científica pura, passe longe, porque o que vai encontrar aqui é a guerra, com poucas explicações, mas muita ação.

Com direção de Jonathan Liebesman, o filme traz no elenco um pessoal novo, com poucos rostos conhecidos do grande público, com exceção de Ne-Yo e Michelle Rodrigues. E o final dá deixa para uma continuação, que pode presentear os fãs de ação mais uma vez.

quinta-feira, março 24, 2011

Gourmet, mangá de Jiro Taniguchi


Quando penso em comida japonesa, sempre me vem a cabeça o óbvio: sushi. Realmente nunca parei para pesquisar sobre a culinária desse país e também não tive oportunidade de ver alguma coisa diferente em minha cidade, onde geralmente só se vê sushi e temaki. No máximo um udon ou tempurá, que posso encontrar principalmente no Bon Odori anual. Além de que, como não frequento restaurante do estilo, é outro fator para o meu desconhecimento de outros pratos nipônicos. A curiosidade só apareceu ao ler Gourmet, mangá com roteiro de Jiro Taniguchi e desenhos por Masayuki Kusumi.
A história traz as aventuras gastronômicas de um vendedor pelo Japão. Em 18 capítulos, pouco se conhece do protagonista, de quem só saberemos algumas de suas características através das situações apresentadas. Não há linearidade entre cada parte, que traz um momento cotidiano, como comprar comida durante um jogo de beisebol ou fazer uma refeição enquanto se viaja de trem.

Através dessas pequenas experiências, descobre-se também, por meio do olhar do vendedor,  alguns costumes ligados a gastronomia da terra do sol nascente, a exemplo do preconceito de homens visitarem docerias sem estar acompanhados por mulheres. Além disso, os pratos são mostrados com detalhes, indicando os ingredientes que cada um leva. E é possível conhecer outros que são somente citados, mas que podem ser encontrados com maiores explicações nas páginas finais. Pena que alguns somente pude saber recorrendo a internet, já que nem todos possuem verbete no glossário.
Lançado pela editora Conrad em formato livro, o mangá possui uma boa edição (nada daqueles papéis jornais horrorosos presentes nos mangás em geral), ótima para guardar na estante. E destaque para o texto final de Jiro Taniguchi, que funciona como um capítulo a parte, porém sem ser quadrinizado, trazendo algumas de suas experiências com a comida que influenciaram no surgimento dessa história.

domingo, junho 13, 2010

True Blood


Tem séries que acabo tendo má impressão de início por causa de releases e opiniões mal construídas sobre a história das mesmas. O seriado True Blood foi uma delas. Algumas foram sinceras, de pessoas que leram os livros, em que a série de TV foi baseada, e ficaram frustadas com as diferenças entre os dois formatos. Outros, que somente assistiram ao programa, destacaram o excesso de erotismo, com direito a comentários de que alguns episódios eram praticamente um pornô.

“Pronto, depois de criarem um vampiro celibatário com a série Crepúsculo, é a vez de vampiros viciados em sexo”, foi minha conclusão a partir da maioria dos textos opinativos que tive contato. E com tantas séries vampirescas pululando ultimamente, fiquei com um pé atrás. Mas resolvi comprovar essas impressões e fui assistir True Blood.

Ok, a alusão ao sexo e cenas picantes estavam presentes sim, mas típico de uma série adulta. Elas não estão de graça e fazem parte de um contexto. (E dá pra notar que a adaptação da HBO procurou atrair um público masculino, que podia não acompanhar uma série baseada em livros de uma autora, por uma suposição de que seria “mulherzinha”, talvez)

Mas acima disso, vi uma das melhores construções do mito vampírico atual. Nada de delicadeza e dramas adolescentes para seres seculares. Temos aqui um ser sedutor e sedento por sangue, porém tendo que se adaptar ao mundo humano. Na série, os vampiros convivem (ou tentam) pacificamente com os humanos, graças a possibilidade de se fabricar sangue de maneira industrial. Claro que as confusões entre as duas espécies permanecem, mas ganham também ares políticos. Alguns vampiros querem viver em paz, enquanto há pessoas que buscam combate-los, agora que se mostraram ao mundo. Na primeira temporada, essas discussões ficam em segundo plano, presentes mais através do embate entre uma representante vampírica e um humano. (Inclusive, eram uma das cenas que mais gostava)

Nesse começo, somos apresentados aos personagens principais, pincelando pouco os mistérios que envolvem os vampiros, como se tornaram evidentes ao mundo e outros prováveis seres místicos que existem, mas de desconhecimento geral. A trama acontece em Bon Temps, uma cidade pacata fictícia em Louisiana, Estados Unidos, onde há o bar/restaurante Merlotte's, local onde a maioria das pessoas se reunem. Sookie Stackhouse (Anna Paquin) é uma das garçonetes do local, que enfrenta o desconforto de ser telepata, só não sendo capaz de ler mentes vampíricas, não sendo a toa o porquê de se sentir mais livres perto deles do que com os humanos. E assim, ela se apaixona pelo primeiro vampiro que surge nas redondezas, Bill Compton (Stephen Moyer). Na mesma época, começa a surgir estranhos assassinatos de mulheres na região. Além de desconfiarem de Bill, o irmão de Sookie, Jason (Ryan Kwanten) se torna um dos principais suspeitos, por ter tido relações com todas as que faleceram.

Tenho muitos elogios para essa temporada, um dos melhores inícios de séries que já pude acompanhar. Como disse, esse começo é mais uma apresentação geral dos personagens, com foco no mistério dos assassinatos, dando pouco destaque aos embates vampiro versus humano, mas trazendo as regras do mundo vampírico e apresentando outros seres noturnos, como Eric, muito bem interpretado pelo ator suiço Alexander Skargard. Outros grandes atores são Nelsan Ellis, que faz um ótimo trabalho sendo o cozinheiro Lafayette, um dos personagens mais interessantes entre os humanos (além de trabalhar no Merlotte's, ele é traficante, prostituto, e gay). A prima dele, Tara Thornton tem ótimos momentos graças a atriz Rutina Wesley (apesar de ter uns momentos bem chatos e pedantes, de ficar chamando atenção por ser negra e mulher de modo bem planfetário).

Há outros personagens secundários que também brilham na série e compensa a péssima protagonista, insuportavelmente chata e irritante. Se não fosse o ótimo elenco que o seriado possui e a trama bem construída, não seria possível aturar a série com a má interpretação de Anna Paquin. (E nesse ponto entendo a reclamação de alguns fãs do livro, onde a personagem parece estar longe de ser uma mosca morta como a versão televisiva)

Nem na segunda temporada a personagem melhora, conseguindo ser ainda mais chata. Inclusive acho essa parte da série mais fraca do que o início. Alguns personagens parecem se perder, como o próprio Bill, mas traz algumas questões bem interessantes. Uma delas é o fanastismo religioso contemporâneo, ilustrado através da seita do Sol, grupo que pretende combater os vampiros, que facilmente pode ganhar comparações com igrejas atuais, e apresentado de forma bem irônica e crítica, ilustrado através do anel de honestidade, os artistas gospel e o limite que a intolerância pode levar. Com certeza, a questão que mais gostei dessa temporada.

Há também a presença de outro ser místico, que está atacando Bon Temps e o desaparecimento do vampiro Godric, criador de Eric, que pode estar relacionado com o seita do Sol. E para os puritanos, as cenas de sexo diminuem nessa segunda temporada, assim como os leves embates políticos que eram televisionados na começo da série.

E hoje teremos já a terceira temporada. Torço para que continue nesse ritmo, desvendando esse mundo sem precisar de momentos pressão, como está meio comum no mundo dos seriados atualmente.  


PS: Os posters para essa terceira temporada, assim como os videos promo, estão muito bons. Para quem quiser conferir todos eles: http://www.seriadosnopc.com/2010/06/ultimo-poster-da-terceira-temporada-de.html

PS2: Aqui um retrospecto de tudo para essa terceira temporada: http://www.fangtasiabrasil.com/2009/06/atualize-se-para-3-temporada.html Muito bom! (Com spoilers, ok?)

terça-feira, maio 11, 2010

Palavra Encantada

Qual a relação entre a música brasileira, a poesia e a literatura?

O documentário “Palavra Encantada” de 2008 traz esse e outros questionamentos apresentando a história da música popular brasileira através da relação poesia e música. Todo essa discussão é pautada através dos depoimentos de Adriana Calcanhotto, Martinho da Vila, Chico Buarque, Maria Bethânia, Lenine, entre outros artistas. Alguns grandes compositores também estão presentes na conversa, como Paulo César Pinheiro e o poeta Antonio Cícero.

Difícil não se encantar com o misto de declamações de poemas, as músicas e declarações dos artistas. Uma forma bem interessante de conhecer um pouquinho mais da nossa história através da música e da poesia, relembrando o Tropicalismo, a Bossa Nova e diversos artistas importantes para a consolidação e popularização da música brasileira.

E o DVD ainda traz todas as entrevistas sem edição, ótimo para aqueles que querem ouvir mais o seu artista preferido ou saber outras questões levantadas, que, entretanto, ficaram de fora na edição final do filme. Já o segundo DVD (no caso da edição dupla, que foi a que tive acesso), tem uma seleção e montagem especial do documentário separado por temas discutidos na película para facilitar no uso desse trabalho em sala de aula. Uma ideia bacana de utilização de “Palavra Encantada”.

quarta-feira, abril 28, 2010

Alice no País das Maravilhas


Hoje, antes mesmo de irmos assistir determinados filmes, já somos bombardeados com milhares de informações, imagens, teasers, que podem tanto nos deixar mais curiosos para apreciar a película quanto chegar a aborrecer. A atual versão de “Alice no País das Maravilhas” ficou entre essa dicotomia para mim, especialmente chegando a me enjoar do filme antes mesmo de ir conferir nos cinemas.

Mas pior que esse excesso de publicidade em torno de um filme, é a capacidade que muitos hoje tem de formar uma determinada visão fechada em torno da história dele. Ou seja, antes mesmo de me sentar em uma cadeira em frente ao telão, a partir da parte promocional, com o qual já tive contato com a película, já formei todo um encaminhamento da história, do que ela trará, do que tratará e até mesmo qual deve ser o provável final do filme. Pior ainda se já é baseado em produto conhecido.

Foi assim com a maioria das resenhas que pude entrar em contato assim que “Alice no País das Maravilhas” estreiou sexta-feira passada. Ok, normal você formar determinadas espectativas diante de um produto que você já é familiarizado, mas a sensação que tive de muitos textos é de que já tinham todo o seu próprio roteiro na cabeça e ficou frustado com o filme por não atender esse planejamento pessoal.

Antes de tudo, a Alice de Tim Burton é uma visão própria do diretor para a história clássica de Lewis Carroll. A narrativa que conhecemos popularmente é no filme uma série de pesadelos para uma Alice de 19 anos, que perdeu o pai e está sendo forçada a se casar. Nessa situação, ela acaba voltando para o mundo das maravilhas que pensava habitar somente seus sonhos, local este que passa por uma crise por conta do poder autoritário da Rainha Vermelha (Helena Bonham-Carter), que usurpou de sua irmã  Rainha Branca (Anne Hathaway). Os fantásticos habitantes, como o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), acreditam que a Alice que os visitou tempos atrás possa resolver esse problema por ser capaz de destruir o terrível monstro que a Rainha Vermelha usa para amendontrar a população. A jovem garota que surge seria a mesma garotinha curiosa que passou por ali um dia? Essa Alice vai aceitar a tarefa de heroína?

A história de Tim Burton ganha caminhos bem diferentes dos livros originais, mais para  um filme de aventura do que para a narrativa fantástica e surrealista de Lewis Carroll. A essência dos personagens e o mundo excêntrico e colorido está muito parecido com o original, mas com uma visão distinta na forma de conduzir os acontecimentos e bem simples. E o 3D não fez tem tanto destaque assim no meu ponto de vista, com exceção de poucas cenas, a exemplo da queda de Alice para o País das Maravilhas. De resto, foi muito pouco aproveitado, podendo ter assistido em 2D tranquilamente sem sentir muitas diferenças.

Não foi a melhor adaptação de Alice que pude conferir, e, entre as produções Disney, continuo preferindo a animação, mesmo trazendo uma interessante perspectiva desse mundo maravilhoso de Lewis Carroll. Mudou o cinema? Claro que não. Será um dos melhores filmes do ano? Acredito que não, nem de longe será o pior. Pode não ser a adaptação que ficará para a história, mas para mim já valeu pelo belissímo espetáculo visual do País das Maravilhas. Digno de Tim Burton.

(Na verdade, as resenhas revoltadas ao extremo sobre o filme me incomodaram mais do que a própria película)

PS: O site Último Segundo trouxe uma retrospectiva bem legal das diversas adaptações do clássico de Lewis Carroll. Podem conferir clicando aqui.

domingo, abril 04, 2010

[J-Drama] Hanazakari no Kimitachi e


Assistir o dorama de “Hanazakari no Kimitachi e” - mais conhecido por Hana Kimi entre os fãs - sem comparar com o mangá homônimo de Hisaya Nakajo é impossível para quem acompanhou a série na versão em quadrinhos. E a primeira preocupação que tive antes de encarar o dorama foi: como iriam resumir 23 volumes em 12 episódios mais um especial? Logo no primeiro capítulo pude reparar na escolha: focar na comédia, mas sem esquecer o plot principal.

No dorama também temos como protagonista Mizuki Ashiya, fã de Izumi Sano, um atleta de salto em altura. Mas um acidente faz com que ele parasse de praticar o esporte e Mizuki acha que é responsável pelo problema que Sano sofreu. Assim, ela sai do Estados Unidos, onde mora atualmente, para o Japão afim de incentivar o garoto a voltar a saltar estudando no mesmo colégio que ele. Porém, há um problema: Sano estuda em uma escola só para garotos. Então para ser admitida, Mizuki corta os cabelos, passa a se vestir como um menino e começa sua nova vida no Osaka Gakuen.

Logo no começo as diferenças com o mangá surgem: nos quadrinhos Mizuki vai ao Japão simplesmente por ser fã de Sano e para estar do lado dele, sem estar envolvida com o acidente que fez com ele parasse de saltar. Tentaram dar uma versão mais plausível no dorama e que, por exemplo, pudesse ser mais convincente os pais de Mizuki, creio eu. Além disso, houve outras adaptações na história e a que mais me chamou a atenção foi o maior foco nas competições entre os três dormitórios do colégio. Praticamente o dorama se resumiu em eventos constantes entre os alunos, aproveitando para colocar várias cenas em estilo comédia pastelão japonês, equilibrando com a história que envolve Sano e Mizuki (com bem menos romance que sua versão em quadrinhos). Não sou muito fã desse tipo de comédia, mas não foi somente por isso que não gostei tanto do dorama assim.

Achei bem interessante poder ver os vários embates entre os estudantes dos três dormitórios, muitas delas sendo minhas cenas favoritas no mangá. Porém o que me deixou bem frustada com o dorama foi a representação de determinados personagens (imagino a decepção de certos fãs caxias do mangá). Nakao e Umeda-senpai foram os que mais me chocaram de primeira, mas o bom trabalho feito por Kimura Ryo e Kamikawa Takaya, respectivamente, compensou. Outro que não tinha gostado no início, mas mudei totalmente de opinião, foi Masao Himejima, interpretado por Kyo Nobuo, um dos grandes destaques da série para mim. Ao lado dele, Mizushima Hiro, como Minami Nanba, e Ishigaki Yuma, como Megumi Tennoji, garantiram alguns dos melhores momentos da série. Já outros personagens que mal aparecem na série ganharam bastante destaque, caso de Akiha Hara (Konno Mahiru), responsáveis por cenas cômicas ao lado de Umeda-senpai.

Entretanto, Oguri Shun como Izumi Sano foi a maior decepção de todo o elenco. Gostei muito de outros trabalhos desse ator, porém nesse dorama o personagem ficou parecendo uma porta, bem diferente do Sano do mangá, que mesmo na dele, quieto, é bem longe da múmia interpretada por Oguri Shun. Não como os outros atores, que ficaram bem diferentes no físico e por trazerem personagens mais escrachados que os da história original, porém com um ótimo trabalho. E não pude deixar de comemorar ao ver meu personagem favorito, Shuichi Nakatsu, muito bem interpretado por Ikuta Toma.

Independente de não estar na minha lista de doramas favoritos, a série é ótima para quem gosta de comédias pastelão (se não é o seu caso, fique distante dela) e tem uma trilha sonora muito boa, além de trazer um elenco e tanto, inclusive muitos atores que são destaques atuais no Japão. E mesmo ao terminar a série feliz ao presenciar a participação de Julia no especial (já estava triste pensando que ela não ia aparecer), ainda prefiro o mangá.

PS: Por sinal, é um quadrinho que tenho esperanças de ver publicado no Brasil. Quem sabe um dia?

terça-feira, março 30, 2010

Como Treinar Seu Dragão




Já tem algum tempo que não estou me empolgando com animações da Dreamwork, principalmente naquelas pós-Shrek. O primeiro filme dessa franquia até foi meio divertido, mas eu tenho a sensação que ele se tornou a fórmula base para outras animações da empresa. Porém, com “Como Treinar Seu Dragão”, a inspiração parece que veio de outro estúdio que tem acertado em seus projetos, a Pixar. Por sinal, os diretores dessa animação da Dreamworker, Dean DeBlois e Chris Sanders, são os mesmo de um desenho da Disney, Lilo & Stitch.

A história foi baseada em uma série de livros de Cressida Cowell e traz como protagonista o franzino Soluço, filho do chefe de uma aldeia de vikings, que não leva nenhum jeito para combater os dragões que invadem e destroem o local onde vive, sendo a piada da vila. Mas ao procurar ser quem realmente é, Soluço descobre que os dragões podem não ser bem o que os vikings imaginam.

Apesar da ideia do filme não é uma das mais originais, o longa consegue entreter com uma história simples e divertida. Gostei bastante da diversidade de dragões, além de ter me apaixonado pela raça Fúria da Noite. E umas cenas são bem bacanas em 3D, a exemplo dos momentos dos voos dos dragões, mas algumas partes de ação foram pra mim nada mas que um borrão (creio que na verdade muito por conta do 3D bem ruinzinho das salas de cinema de Salvador – pelo menos tenho essa sensação).

Para animações, eu prefiro assistir dublado, mas infelizmente vi esse filme legendado. Tenho um certo preconceito com versões em inglês por conta do elenco geralmente cheio de atores famosos. Algumas escolhas saem certas, mas muitas são bem ruins. Mas até que gostei do trabalho feito em “Como Treinar Seu Dragão”, com exceção de Soluço, que teve uma voz bem chatinha para mim.

Depois desse trabalho, a Dreamworks podia continuar investindo em filmes assim e esquecer o Shrek, né? 

domingo, março 21, 2010

Lady Gaga ft. Beyoncé - Telephone



O mais novo clipe de Lady Gaga não me surpreendeu tanto quanto aqueles que aclamaram o clipe. Mas fato: mais uma vez, ela desempenhou seu papel bem de se promover e chamar atenção.
Desde a estreia da artista com o álbum The Fame, muitos já a apontaram como a sucessora de Madonna, a nova grande diva do pop e outras alcunhas mil. Para mim não passa de exageros. Claro que é um feito e tanto uma artista em menos de dois anos emplacar tantas músicas (seis, no total) e somente com um único álbum. Só que o que Lady Gaga traz de novo?
Convenhamos que a voz dela é bem normal para o padrão pop, não dança lá essas coisas, não é bonita, nem tem um corpo bem definido, mas sabe utilizar muito bem os vários elementos da cultura pop a seu favor. Nada dela é original, porém ela consegue trazer várias influências de artistas anteriores a ela, junta tudo e extravaza. E é com essa cartada que ela está conseguindo se destacar. Não basta uma músicas-chiclete dançantes; soma-se a isso os figurinos extravagantes e ações chocantes. Não os escândalos públicos, drogas, problemas com bebidas e afins, como fizeram algumas de suas antecessoras (ou pelo menos até o momento). A ideia é deixar de lado Stefani Joanne Angelina Germanotta e estar 24 horas na pele de Lady Gaga.
E é tudo isso que ela traz nesse novo clipe. Com um bônus: a presença de Beyoncé, outra diva do pop atual, devidamente caracterizada no mundo de Lady Gaga. É bacana as referências existe no clipe, como ao diretor Quentin Tarantino, por exemplo, mas nada de original. Clipes longos intercalado com interpretações e música já existiram aos montes, a começar pelo clássico Thriller de Michael Jackson. Mas ela resgatou algo que andava mal aproveitado no mundo da música pop.
E parece que a sina de Lady Gaga é essa: ir resgatar e redescobrir o que já foi inventado e acrescentar no seu caldeirão excêntrico. Qual será a próxima maneira dela chamar atenção?